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O cantor baiano Netinho foi internado no Hospital Sírio Libanês, em São Paulo, por volta das 3h20 desta sexta-feira (10), para tratar de problemas vasculares no abdômen. Ele deixou a Bahia em um avião UTI, que pousou no Aeroporto Internacional de Cumbica, em Guarulhos, na região metropolitana, por volta de 2h40.
Netinho passou 16 dias na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Aliança, em Salvador. Por voltas das 23h10 de quinta (9), ele foi levado de ambulância para a UTI aérea que o trouxe à capital paulista.
O G1 apurou que o estado de Netinho é grave. No Hospital Sírio Libânes, o cantor será acompanhado pela equipe médica de Roberto Kalil.
A UTI aérea que transportou o artista chegou ao aeroporto da capital baiana por volta das 19h. Duas médicas e um enfermeiro avaliaram e prepararam o cantor para a viagem.
Netinho viajou acompanhado apenas da equipe do Sírio Libânes. A família e seus assessores embarcam para São Paulo na manhã desta sexta.
Netinho estava internado desde o dia 24 de abril. O artista apresentou problemas vasculares no abdômen e precisou passar por cirurgia.
No domingo (5), ele deveria receber alta para um quarto na unidade de saúde, mas continuou na UTI por apresentar uma hemorragia no fígado.
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Na noite de terça-feira (7), o movimento de parentes e amigos aumentou no hospital. A cantora Ivete Sangalo fez uma visita, e, em mensagem de apoio postada em seu perfil no Facebook, disse que rezou com o amigo.
No dia 30 de abril, os médicos chegaram a informar que Netinho retornaria aos palcos dentro de cerca de 60 dias.
No mês passado, Netinho foi internado no mesmo hospital após sentir fortes dores na coxa direita, ficando seis dias na unidade.
Na ocasião, o cantor foi diagnosticado com "lesão aguda no músculo ilíaco direito", disse a assessoria de imprensa na época.
Conforme recomendações médicas, Netinho foi liberado na terça-feira (23), mas precisou voltar ao hospital no dia seguinte porque sentiu, novamente, fortes dores no abdômen.
Diagnóstico
Segundo os médicos, Netinho deu entrada no hospital pela primeira vez após sentir dores durante atividade física. "Há 15 dias mais ou menos, ele apresentou uma dor relacionada à atividade física e foi atendido aqui. Durante a investigação dessa dor muscular, que mostrou ser um edema, foi realizado um exame de imagem que chamou a atenção pelo aspecto inusitado do fígado. Começamos a fazer uma avaliação e depois de alguns exames decidimos fazer um exame que se chama 'biópsia hepática'", relatou o clínico Jackson Noya no dia 30 de abril.
Após a realização da biópsia, Netinho foi liberado, mas precisou voltar ao hospital no dia seguinte porque sentiu fortes dores no abdômen.
De acordo com Noya, uma complicação após a realização da biópsia hepática provocou um grande sangramento.
"Nesse procedimento houve um acidente, um sangramento acima do esperado. Ele foi levado para radioterapia e foi detectado uma lesão em um vaso arterial", disse Noya.
O cirurgião Jorge Bastos explicou que foi necessário colocar um cateter através da artéria femoral para que o sangramento fosse contido. "Foi feito um tipo de cirurgia chamada 'minimamente invasiva'. Foi colocada uma substância altamente aderente composta de pequenas esferas de plástico, e, através do cateter, se entope a artéria e para o sangramento. Houve um sucesso no controle desse sangramento e não houve necessidade de cirurgia convencional, na qual é retirada essa parte afetada".
Segundo o clínico Jackson Noya, a complicação da biópsia hepática foi o maior problema de Netinho. "Em relação às imagens que nos preocuparam [antes da biópsia hepática], elas acabaram sendo muito mais benignas do que a gente imaginava. Deve evoluir muito bem e regredir com alguns meses", afirmou o médico.
Adenomas hepáticos
O hepatologista Raymundo Paraná explicou que adenomas hepáticos são lesões benignas do fígado, que são classificadas em três tipos diferentes: 1, 2 e 3. Segundo Paraná, os adenomas hepáticos são, na maioria das vezes, causados por uso de hormônio e aparecem mais em mulheres. O diagnóstico em homens, de acordo com o hepatologista, é muito raro.
"Normalmente, [os adenomas hepáticos] são mais encontrados em mulheres que usam contraceptivo oral, muito raramente em homens, porque esse tipo de adenoma, que é o mais comum, se associa ao uso de hormônios femininos. Normalmente, é uma lesão no fígado que é benigna. Muito raramente sofre malignização. Em homens, o adenoma é muito raro. Hoje se torna um pouco mais comum em função de algumas práticas na academia, por exemplo, onde se faz uso de medicamentos com testosterona. Não estou dizendo que seja o caso do paciente, é importante dizer isso. O adenoma em homens é um caso de absoluta exceção", afirmou.