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A expectativa da organização da Manifestação Passe Livre Salvador é de que, nesta quinta à tarde, mais de 20 mil pessoas façam a caminhada do Campo Grande até a Fonte Nova. Até terça à noite, no Facebook, mais de 40 mil pessoas haviam confirmado presença.
"A nossa discussão gira em torno da mobilidade na cidade, questionamos os péssimos estados da vias nessas épocas de chuva, a necessidade de ônibus 24 horas, atenção aos ciclistas e o congelamento da passagem em R$ 2,80 até 2015", explica o poeta ParetaCalderasch, um dos representantes do movimento.
Nesta quarta, às 14h, uma reunião no Passeio Público vai discutir o trajeto da caminhada. Em comunicado, o secretário estadual de Comunicação Social, Robinson Almeida, afirmou que a postura do governo do estado é de garantir que "o direito de manifestar conviva com o direito de ir ao estádio, das famílias que vão ao estádio assistir aos jogos da Copa das Confederações".
"Na democracia é assim, cada um expressa a sua opinião e vontade e respeita a opinião e vontade dos outros", afirmou. Este será o segundo ato em Salvador. Na segunda-feira, mais de oito mil percorreram a região do Iguatemi.
Avessos aos partidos políticos, os manifestantes que ganharam as ruas nos últimos dias são, em sua maioria, jovens entre 26 e 35 anos de idade, de nível superior e que estão participando pela primeira vez de um protesto. Pelo menos 81% se informaram do ato pelo Facebook e 85% dos presentes buscaram informações pela internet.
Os dados levantados pelo Instituto Datafolha e divulgados ontem ajudam a traçar um perfil dos militantes. Munidos de cartazes com frases de efeito como "Desculpem o transtorno, mas estamos mudando o país" ou "Seu gás de recalque bate no meu vinagre e volta", os manifestantes demonstram sagacidade, bom humor e, principalmente, a conexão com os meios virtuais.
Na visão dos especialistas, essa geração representa um desafio aos partidos políticos tradicionais, que, provavelmente, terão que redefinir suas agendas para conquistar a simpatia desta turma engajada.