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Com personalidade de time grande, rapidez no ataque, passes precisos, o Vitória mostrou força contra o São Paulo, neste domingo, em Salvador, pela sétima rodada do Campeonato Brasileiro. O triunfo por 3 a 2, sob a batuta do argentino Maxi Biancucchi, autor de dois gols (ele foi a seis e é o artilheiro do Brasileirão), só não virou goleada por falta de pontaria dos baianos, que perderam até pênalti, com Renato Cajá. Dinei foi o autor do outro gol do Leão. Aloísio e Rogério Ceni descontaram para o São Paulo.
Espaço para afundar o São Paulo o Rubro-Negro teve de sobra. A defesa tricolor parecia uma peneira. Desatenta, desentrosada, despreparada... Presa fácil para um ataque rápido e eficiente como o montado por Caio Júnior. Os laterais, sempre presentes, colaboraram muito para o poder ofensivo do Leão, agora segundo colocado, com 13 pontos, dois a menos do que o líder Coritiba. Mas é preciso destacar que a zaga adversária facilitou o trabalho.
Paulo Autuori terá muito trabalho para reviver os bons momentos de 2005, quando foi campeão da Libertadores e do mundo. No Brasileirão, o time está com oito pontos, em 14º lugar. A distância para o Vasco, primeiro da zona de rebaixamento, é de apenas um ponto.
O próximo desafio do São Paulo, que não vence há oito jogos, será na quarta-feira, quando decide o título da Recopa Sul-Americana contra o Corinthians. O rival venceu a primeira partida, no Morumbi, por 2 a 1. Para ser campeão, o Tricolor precisa vencer por dois gols de diferença.
Pelo Campeonato Brasileiro, o São Paulo volta a campo apenas no sábado, dia 20 de julho, às 18h30m, contra o Cruzeiro, no Morumbi. O Vitória, por sua vez, tem o clássico diante do Bahia, no domingo, às 16h, na Arena Fonte Nova, em Salvador. Os dois jogos são pela oitava rodada da competição.
Vitória aposta no contra-ataque; Ceni salva
Pela maneira como o São Paulo atuou nos primeiros dez minutos, certamente os mais apressados pensaram que já se via o dedo de Paulo Autuori na equipe. Confiante, o Tricolor foi para o ataque, trocou passes, arriscou pelas pontas e abriu o placar em Salvador.
Rodrigo Caio iniciou boa jogada pela intermediária e tocou para Osvaldo na esquerda. O atacante deixou um marcador para trás e cruzou para o meio de área. O goleiro Wilson desviou e ajudou Aloísio a anotar o primeiro gol do São Paulo. Mas o Vitória logo se encontrou e devolveu a instabilidade aos paulistas.
Aos poucos, o Leão passou a pressionar o Tricolor. Desorganizado, o time de Autuori deixou espaços. E o contra-ataque virou a principal jogada dos baianos. Foi assim que saiu o gol de empate, marcado por Dinei. Maicon perdeu a bola no ataque e Renato Cajá acionou o atacante. Ele chutou colocado e empatou o jogo.
Mas é muito cedo para ver sinais de Autuori no São Paulo. O "legado" de Ney Franco ainda incomoda. Falta de padrão, desentrosamento e insegurança. Ingredientes que anteviam a virada do Vitória, conquistada depois de falha de Rodrigo Caio na grande área. Maxi Biancucchi aproveitou e bateu por cobertura.
Perdido e abatido, o São Paulo só não foi para o intervalo com a derrota porque o o time, enfim, reviveu um dos lances que mais ajudaram Paulo Autuori a conquistar a Libertadores de 2005 pelo Tricolor: falta para Rogério Ceni. O goleiro cobrou com categoria e deixou tudo igual no placar do Barradão.
Tango baiano
Se com menos de cinco minutos do segundo tempo o placar marcasse 4 a 2 para o Vitória não seria nenhum exagero. E se não foi assim, a culpa é de Renato Cajá. Primeiro, ele perdeu gol incrível na pequena área, após cruzamento de Maxi Biancucchi. Depois, o meia desperdiçou pênalti, chutando para fora.
O próprio Cajá, no entanto, deu um jeito de amenizar seus erros com um lindo passe para Nino na direita. O lateral do Vitória cruzou na medida para Maxi Biancucchi anotar seu segundo gol na partida e recolocar os baianos em vantagem. O argentino só não marcou o quarto do Rubro-Negro minutos depois porque faltou pontaria.
Se faltou mira ao Vitória, faltou equilíbrio ao São Paulo. Segundos depois de Paulo Autuori tentar adiantar o time com a entrada do atacante Ademílson na vaga de Maicon, Wellington fez falta dura na lateral e, como já tinha o cartão amarelo pelo pênalti cometido, levou o segundo e foi expulso.
Com igualdade de condições, o time baiano já tinha muito espaço para criar. Principalmente pelas laterais. Depois, com um a mais, viu a defesa do São Paulo escancarada. Mas parecia faltar perna ao time baiano para, talvez, construir uma goleada em cima do time do Morumbi.
Enquanto a torcida do São Paulo cobrava reação imediata para a final da Recopa, quarta-feira, contra o Corinthians, a do Vitória se divertia com o triunfo contundente sobre o rival paulista. Até mesmo alguns gritos de "olé" foram ouvidos nas arquibancadas do Barradão.