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O maior do Norte/Nordeste está de volta. Após nove anos de ausência, a contagem regressiva chega aos números finais. No domingo, a Série A do Campeonato Brasileiro terá o prazer de ter, novamente, um Ba-Vi em sua tabela. O duelo será o ponto alto de um ano especial. Desde 2003, Bahia e Vitória não disputam juntos a elite do futebol nacional.
Que perdoem os outros clubes do Norte e Nordeste brasileiro, mas não há outra forma de caracterizar a rivalidade entre as duas principais equipes da Bahia. Aos que fazem cara feia, argumentos não faltam. Dois títulos nacionais do Tricolor; campanhas históricas do Vitória no Brasileiro de 93 e na Copa do Brasil de 2010; a Bahia é o único estado do Norte/Nordeste com dois clubes na Série A. Se nada disso adianta, que leve-se então em conta o Ranking Nacional de Clubes. O Vitória (15º) e o Bahia (17º) são os dois primeiros nordestinos na lista da Confederação Brasileira de Futebol (CBF).
O momento para o clássico também é especial. Se antes de a bola rolar pelo Brasileirão a expectativa de muitos era de que os baianos brigariam contra o rebaixamento, as primeiras rodadas surpreendem. O Vitória é o time com o maior tempo no G-4 e ocupa a vice-liderança da competição. Com um ponto a menos, o Bahia é o sétimo colocado. O Tricolor, no entanto, tem um jogo a mais.
Encontros e desencontros
Há dez anos, Bahia e/ou Vitória figuraram nas divisões inferiores do futebol brasileiro. Em 2004, apenas o Rubro- Negro esteve na elite. No ano seguinte, o clássico foi disputado na Série B. Em 2006, algo inédito: Ba-Vis na Terceira Divisão - considerado até então o porão do futebol brasileiro.
A partir daí, Bahia e Vitória não voltaram mais a se encontrar em nenhuma divisão. Enquanto o Rubro-Negro trilhou um caminho de retorno à Série A em sequência, o Tricolor amargou mais um ano na Série C e outros três na Segunda Divisão.
A chance de voltar a ter as duas equipes para dividir as atenções dos clássicos estaduais foi em 2011. No entanto, enquanto o Bahia confirmou acesso, o Vitória voltou a ser rebaixado para a Segunda Divisão. A gangorra baiana só cessou no ano passado. O Tricolor se garantiu na Primeira Divisão pelo terceiro ano seguido, e o Leão confirmou o acesso para tirar os times baianos das divisões inferiores do futebol nacional.
Triunfo na despedida e hegemonia rubro-negra
No feriado de 12 de outubro de 2003, quando os dois times entraram em campo, ninguém imaginava que aquele seria o último Ba-Vi da Série A em nove anos. Nem mesmo o mais pessimista torcedor poderia fazer uma projeção tão descrente como essa.
A despedida temporária do clássico terminou da mesma forma que a maioria dos jogos no Brasileiro. No Barradão, o Vitória saiu na frente com um gol de Alexandro Goiano, levou o empate com Preto Casagrande, mas garantiu o triunfo com Samir a dez minutos para o final da partida (relembre a partida no vídeo acima).
O resultado manteve a hegemonia do Rubro-Negro em partidas contra o rival pelo Campeonato Brasileiro. Dos 22 clássicos disputados na Série A, o lado vermelho e preto da cidade comemorou oito vezes - mesma quantidade de empates no duelo. A festa azul, vermelha e branca aconteceu somente em seis oportunidades entre 1972 e 2003.
Retorno de casa nova
Esta não foi a primeira vez que Bahia e Vitória passaram um hiato sem se enfrentar pela Série A. O mesmo período de carência que se encerra neste ano foi visto entre 1979 e 1988 - sendo que, em três anos, o Bahia foi o único representante do estado na Primeira Divisão -, entre 1991 e 1995 e, por final, entre 1997 e 2000.
Para encerrar o novo ciclo de abstinência, um palco novo em folha. A Fonte Nova foi inaugurada neste ano, recebeu a Copa das Confederações e será o local dos dois clássicos da competição - neste domingo, o mando de campo será do Vitória.
Dos 22 Ba-Vis do Brasileirão, 20 foram disputados no estádio. Neste ano, aliás, a Fonte Nova já recebeu três clássicos. O Vitória levou a melhor em todos: 5 a 1 na inauguração, 2 a 1 no jogo de volta e 7 a 3 na primeira partida da final do Campeonato Baiano. A nova Fonte Nova se tornou a casa do Leão nesta temporada.