A tranquilidade que o Vitória mostrou na etapa final do duelo de ida, e que lhe fez arrancar um empate quase heroico na Fonte Nova, continuou no Ba-Vi de ontem. Se sofreu nos últimos dois clássicos, o Leão tomou conta do jogo e criou as melhores chances do primeiro tempo.
Mas, apesar do domínio da posse de bola, o rubro-negro não conseguia assustar. Tanto que, a primeira chance mais clara, foi do Esquadrão, aos 7 minutos. Edson lançou Edigar Junio na entrada da área, Alan Costa deu bote equivocado e o camisa 11, de cara, chutou longe do gol.
O panorama mudou aos 22, com três lances em sequência: Paulinho, da intermediária, viu Jean adiantado e arriscou, mas o goleiro se recuperou a tempo de mandar para escanteio. Na cobrança, Cleiton Xavier cobrou fechado, mas Jean evitou o gol olímpico; no rebote, Bruno Ramires chutou por cima do travessão.
Ver o Vitória apertando o rival era tudo o que a torcida, que lotou o Barradão, mais queria. Em troca, ela cantou e apoiou. Mas 'na hora h', o atacante David, um dos mais jovens em campo, parece ter sentido a pressão. Aos 29, Patric fez lindo lançamento para ele na esquerda e Tiago falhou ao não conseguir cortar; o atacante, de cara para Jean, chutou torto, para fora.
Aos 33, Paulinho recebeu cruzamento de Patric na entrada da área pela direita e chutou na trave. Aos 36, David novamente tirou a paciência da torcida. O atacante ficou de frente com Jean, perto da linha de fundo, com André Lima posicionado na área. Em vez de cruzar, ele tentou o drible, mas acabou desarmado.
Segundo tempo
O Esquadrão voltou do intervalo disposto a deixar de ser coadjuvante. Para isso, corrigiu tudo que vinha errando de uma só vez: manteve a posse de bola, buscou propor o jogo e parou de errar na defesa.
Só que de todos os erros corrigidos pelo Bahia, faltou um: tentar, pelo menos, chutar em gol. Aos 22, por exemplo, Zé Rafael teve a melhor chance ao entrar na pequena área com a bola dominada, mas o meia se embolou com Kanu.
Com o rubro-negro em segundo plano, a torcida parou de cantar. E só se deu conta disso aos 29, quando David brincou novamente com a paciência das arquibancadas. Numa linda corrida, o atacante tirou dois marcadores e ficou novamente na frente de Jean, perto da linha de fundo esquerda. Tentou cruzar, mas chutou em cima do goleiro.
Nos lances finais, o nervosismo tomou conta de todos. No tricolor, a posse de bola sem gols dava a quem estava em campo uma sensação de impotência. O rubro-negro, por sua vez, tentava chegar na base do abafa, igualmente improdutivo. No final, os mais tranquilos mesmo eram aqueles que estavam na arquibancada: a torcida foi o destaque dos minutos finais do jogo.