Kim Jong-un diz que a Coreia do Norte está "perto" de atingir sua meta de poder nuclear completo, apesar das sanções ao seu regime, de acordo com a agência de notícias KCNA.
Segundo a agência norte-coreana, a declaração foi feita na manhã de sexta, durante o lançamento de um míssil Hwasong-12 que sobrevoou o Japão e caiu no Oceano Pacífico. Kim Jong-un teria inspecionado pessoalmente o disparo.
Em declarações divulgadas pela KCNA no sábado (16, horário local), o líder norte-coreano afirmou que "nós deveríamos mostrar claramente aos grandes poderosos chauvinistas como nosso estado atinge o objetivo de completar sua meta nuclear, apesar de seus bloqueios e metas sem limites".
Kim Jong-un teria ainda ressaltado "a necessidade de acabar com eles com os esforços de todo o estado, já que quase alcançamos nosso limite".
Na manhã de sexta, a Coreia efetuou o disparo de um míssil que atingiu uma altitude de 700 km e percorreu uma trajetória de 3.700 km, caindo 2.000 km ao leste de Cabo Erimo, em Hokkaido.
Um dia antes, o país tinha ameaçado usar armas nucleares para "afundar" o Japão e reduzir os Estados Unidos a "cinzas e escuridão"por apoiar a resolução e sanções do Conselho de Segurança da das Nações Unidas (ONU) contra o mais recente teste nuclear do regime norte-coreano, segundo a Reuters.
De acordo com uma relação publicada pela agência sul coreana Yonhap, o lançamento na manhã de sexta (noite de quinta-feira no Brasil) foi o 14º lançamento de míssil realizado pela Coreia do Norte em 2017, incluindo um que falhou. O primeiro do ano aconteceu em 12 de fevereiro, com um Pukguksong-2, e o mais recente tinha sido em 28 de agosto.
Naquele dia, a Coreia do Norte já havia lançado um míssil balístico que sobrevoou o Japão, em uma trajetória semelhante ao lançado nesta sexta, e também caiu no Oceano Pacífico. Naquela ocasião, o projétil - provavelmente outro Hwasong-12 - se partiu em três pedaços e caiu a 1.180 km de Cabo Erimo, em Hokkaido. Ele teria percorrido uma distância de 2.700 km a uma altitude de aproximadamente 550 km.
ONU condena
Nesta sexta o Conselho de Segurança das Nações Unidas condenou "firmemente" o último disparo de míssil efetuado pela Coreia do Norte, que sobrevoou o Japão, e o qualificou de "altamente provocador", em declaração adotada durante reunião de urgência feita a portas fechadas.
Tratam-se de "atos escandalosos", considerou o Conselho, que pediu à Coreia do Norte que "pare imediatamente", segundo a France Presse. "Estas ações não são apenas uma ameaça para a região, mas também para todos os Estados-membros da ONU", indica o texto, aprovado pelos 15 integrantes do organismo, incluindo o Japão, membro que não é permanente do Conselho.