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Condenado a 9 anos e 6 meses de prisão em primeira instância, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta segunda-feira (9) que está "lascado", mas afirmou esperar "desculpas" do juiz Sérgio Moro. Em um ato em defesa das universidades públicas, em Brasília, Lula subiu o tom contra a Lava Jato e desafiou seus acusadores a ver o que acontecerá no País se o impedirem de ser candidato ao Palácio do Planalto em 2018.
"Eu sei que eu estou lascado. Todo dia tem um processo. Não quero nem que o Moro me absolva, só quero que peça desculpas", declarou o ex-presidente. Muito aplaudido pela plateia, que o chamava de "guerreiro do povo brasileiro", Lula prosseguiu em sua ofensiva. "Eles agem todo santo dia para me tirar da disputa. Obviamente que eles podem. Juntam meia dúzia de juiz e votam. Não me deixam ser candidato e pronto. Se eles acham que, me tirando da disputa, está resolvido o problema deles, façam e vamos ver o que acontece no País. Se acham que não vou ter força para ser cabo eleitoral, testem."
Em quase quarenta minutos de discurso, Lula ressuscitou a narrativa do "nós contra eles", afirmou não poder mais aceitar tantas "mentiras" e disse não ter medo da Lava Jato. Argumentou ainda que, se o objetivo da Lava Jato é não deixá-lo ser candidato, os investigadores não deveriam deixar "o povo sofrer" por causa disso. Apesar de condenado no caso do tríplex do Guarujá (SP) e também ser réu em outras seis ações penais, o ex-presidente lidera todas as pesquisas de intenção de voto.
Acompanhado do ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad - que já chegou a ser apontado como plano B do PT na eleição de 2018 -, Lula provocou o deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ) e disse que os petistas devem fazer o oposto do que ele faz. "Se o Bolsonaro agrada ao mercado, nós do PT temos de desagradar ao mercado", insistiu o ex-presidente. Pré-candidato à Presidência, Bolsonaro está em segundo lugar nas pesquisas, empatado com a ex-senadora Marina Silva (Rede).