Subiu para seis o número de mortes na Bahia pela gripe H1N1. A vítima mais recente é um idoso de 61 anos que foi internado no Hospital Municipal de Serrinha no dia 10 de abril, mas não resistiu e morreu no dia seguinte. A confirmação da doença só foi possível na última sexta-feira (13), após o resultado do exame realizado no Laboratório Central (Lacen).
Há uma mulher de 23 anos internada no mesmo hospital que também já teve o diagnóstico da HN1 confirmado. No entanto, de acordo com o diretor regional de saúde do núcleo Centro-leste, responsável por 72 municípios nas regiões de Feira de Santana, Serrinha, Seabra e Itaberaba, Edy Gomes, ela apresenta quadro estável e não corre risco de morte."O idoso apresentava febre muito alta, dores no corpo, dor de cabeça e coriza. Na HN1, a febre muito alta é bem característica", explicou Gomes.
De acordo com o Ministério da Saúde, este ano, até o dia 7 de abril foram registrados 5 casos de H1N1 no estado. A Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab), no entanto, contesta o dado. Segundo a pasta, 36 pessoas foram infectadas com o vírus H1N1, sendo que quatro delas morreram no estado. A Bahia aparece em segundo lugar entre os estados onde o H1N1 mais matou pessoas. O primeiro lugar é de Goiás, com 9 óbitos.
O vírus influenza é uma infecção viral aguda do sistema respiratório, de elevada transmissibilidade e distribuição global. Uma pessoa pode contraí-la várias vezes ao longo da vida e, em geral, tem evolução autolimitada. Porém, em alguns casos, pode evoluir para uma forma grave. Os vírus influenza são transmitidos facilmente por pessoas infectadas ao tossir ou espirar.
Existem três tipos de vírus influenza: A, B e C. O tipo C causa apenas infecções respiratórias brandas, não possui impacto na saúde pública, não estando relacionada com epidemias. O vírus influenza A e B são responsáveis por epidemias sazonais, sendo o vírus influenza A responsável pelas grandes pandemias.
Mais gripe na Bahia
Se considerados todos os casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), são 18 mortes na Bahia em 2018, de um total de 215 pessoas infectadas. Ainda segundo o órgão, três pessoas foram infectadas pelo vírus H3N2 e uma delas morreu.
Os números registrados no mesmo período do ano passado - até a primeira semana de abril - são menores na Bahia. Foram 171 casos de Sídrome Respiratória Aguda Grave, que resultaram em 15 mortes, nenhuma delas pelos vírus H1N1 ou H3N2.
Campanha de vacinação
A Campanha Nacional de Vacinação contra a Gripe começa no próximo dia 23 de abril. Em Salvador, costuma ser oferecida em 126 salas de vacina do município. Esse ano, os grupos prioritários são pessoas com 60 anos ou mais; crianças de seis meses a menores de cinco anos; gestantes e puérperas (mulheres até 45 anos dias após o parto); trabalhadores da saúde; professores; indígenas; portadores de doenças crônicas não transmissíveis e outras condições clínicas; adolescentes e jovens de 12 a 21 anos de sob medidas socioeducativas; população privada de liberdade e funcionários do sistema prisional.
A vacina que vai ser distribuída pelo governo é a trivalente, que cobre os três sorotipos: H1N1, H3N2 e o influenza do tipo B Yamagata. Segundo o Ministério, a composição da vacina é feita pela própria Organização Mundial de Sáude (OMS), que reúne e analisa as informações enviadas por centros de vigilância de todos os países.
Quem não participa desse grupo, pode se vacinar de forma particular, com preço que varia de R$ 100 a R$ 200. Nesse caso, é possível se imunizar com a vacina quadrivalente, que cobre quatro subtipos: H1N1, H3N2, B Yamagata e B Victoria.
"A vacina trivalente é suficiente e eficaz para nosso país, porque na nossa região não existe o sorotipo que está na quadrivalente, como em outros locais", diz Bastos.