O mercado financeiro reage mal ao avanço da epidemia de coronavírus no mundo e com a confirmação do primeiro caso no Brasil na reabertura dos negócios após o carnaval. Nesta quarta-feira (26), o principal índice da bolsa de valores brasileira, a B3, opera em forte queda, enquanto o dólar atingiu o patamar de R$ 4,44 pela primeira vez. A principal preocupação é que o coronavírus impacte o desempenho da atividade global.
Às 14h29, o Ibovespa recuava 5,57%, a 107.353 pontos. Na mínima da sessão até o momento, o índice marcou 107.245 pontos. Veja mais cotações.
Perto do mesmo horário, as ações das companhias aéreas tinham as maiores quedas. Os papéis da Azul recuavam 10,58%, e os da Gol perdiam 9,43%.
Na sexta-feira, a bolsa brasileira fechou em queda de 0,79%, a 113.681 pontos, acumulando queda de 0,07% no mês e de 1,70% no ano.
Tensão global
No exterior, os mercados foram fortemente abalados na segunda (24) e terça (25) em razão do avanço do coronavírus fora da China, com quedas entre 6% e 7% nas principais bolsas. Os ADRs (recibos de ações de empresas brasileiras negociados em Nova York) de empresas como Petrobras e Vale acumularam queda de mais de 8% nas duas últimas sessões.
As preocupações se elevaram nos últimos dias uma onda de novos casos foi do coronavírus ser reportada na Coréia do Sul, Irã e Itália, gerando paralisação de algumas atividades nos países.
Investidores temem os impactos do avanço do coronavírus no crescimento da economia global e diversas empresas alertaram que o surto afetará suas finanças, incluindo United Airlines, Mastercard, Danone e Diageo.
Os preços do petróleo caíam nesta quarta-feira abaixo de US$ 50 nos EUA, menor valor desde janeiro de 2019. Já o petróleo Brent era negociado abaixo de US$ 54.
Já os rendimentos a 10 e 30 anos dos títulos do Tesouro dos EUA caíram para níveis mínimos históricos enquanto outro porto-seguro, os títulos alemães também viram os títulos de 10 anos recuarem para mínimos de quatro meses, enquanto investidores buscam proteção contra o impacto do vírus no crescimento econômico.
Entre os analistas, crescem as apostas de mais medidas de estímulos e de cortes nas taxas de juros na Europa e no Estados Unidos para sustentar a economia.
"Historicamente, investidores compram títulos do governo americano em períodos de aumento de elevação de risco, fazendo subir seus preços e diminuir os juros embutidos nesses títulos. A curva de juros americana também já precifica novos cortes de juros pelo FED nas próximas reuniões", destacou a equipe da XP Investimentos.