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O uso da hidroxicloroquina como medida de profilaxia para prevenir uma infecção de covid-19 foi "fortemente" desaconselhado por um grupo de especialistas internacionais do Grupo de Desenvolvimento de Diretrizes da Organização Mundial da Saúde (OMS), que também defendeu que outros medicamentos sejam pesquisados,
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Segundo um artigo publicado nesta segunda-feira (1º) pela revista British Medical Journal (BMJ), o remédio não pode mais ser considerado "uma prioridade de pesquisa" e todos os recursos devem ser redirecionado para outros medicamentos que têm potencial para auxiliar na prevenção e tratamento da doença causada pelo novo coronavírus.
A "firme recomendação", emitida pelos especialistas, se baseia em "provas de alto índice de certeza", produzidas em seis ensaios controlados aleatórios com mais de 6 mil participantes, com e sem exposição conhecida a uma pessoa infectada pelo SARS-Cov-2.
Os resultados das evidências de "alta certeza" (que dificilmente serão modificadas em estudos posteriores) mostram que a hidroxicloroquina "não teve um efeito significativo nem sobre o índice de mortes nem nas internações hospitalares".
Além disso, os testes indicaram com resultados de "média certeza" (que oferecem conclusões importantes, mas que ainda possuem algumas limitações para serem considerados de alta certeza) que o medicamento "não teve um efeito significativo" sobre as infecções por covid-19 confirmadas em laboratório e "provavelmente aumentam o risco de efeitos adversos".
Essa diretriz se aplica a todas as pessoas que não têm covid-19, independentemente de sua exposição a uma pessoa com infecção pela doença.
A recomendação divulgada nesta segunda faz parte da primeira versão de uma "diretriz viva" sobre os medicamentos para prevenir a covid-19, criada pela OMS com o objetivo de proporcionar "uma orientação confiável" sobre o manejo da doença e ajudar os médicos a tomar decisões melhores com seus pacientes.
As diretrizes vivas são úteis em áreas de pesquisa que evoluem rapidamente, como a da covid-19, porque permitem que os pesquisadores atualizem os resumos de evidências previamente examinados e revisados por outros cientistas, explica a BMJ.
O uso da hidroxicloroquina foi proposto no início da pandemia para tratar os pacientes de coronavírus, mas em junho do ano passado a OMS anunciou o fim definitivo dos ensaios clínicos, após diversas pesquisas demonstrarem que ela não reduzia a mortalidade. Agora, ela também desaconselha o uso para prevenção.