Visitas: 1548219
Usuários Online: 1
Diante da reabertura das escolas no pior cenário da pandemia, especialistas reforçam a importância de seguir um protocolo rígido quando alunos ou funcionários apresentarem sintomas de Covid-19. Duas palavras resumem bem o que deve ser feito: isolamento e testagem.
“Se um estudante estiver infectado ou for um caso suspeito, todas as pessoas que tiveram contato com ele nos últimos dias devem ser avisadas, isoladas e testadas", afirmou a epidemiologista e professora da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) Ethel Maciel, em programa ao vivo do G1 (assista a um trecho acima).
O ideal, segundo o infectologista Jamal Suleiman, do Instituto Emílio Ribas, é rastrear inclusive quem mora com os envolvidos. “Vamos supor que tenha havido um caso de Covid em uma sala de 15 pessoas. Todas elas e as que vivem com elas deveriam ser monitoradas”, diz.
Sala de aula com distanciamento entre alunos na reabertura das escolas no Rio de Janeiro. — Foto: Reprodução/Jornal Nacional
É preciso considerar que, cerca de três dias antes do aparecimento dos primeiros sintomas, o indivíduo já está transmitindo o vírus. Por isso, quanto mais cedo os contatos próximos forem isolados, maior a chance de evitar novos casos da doença.
Mesmo sem o diagnóstico confirmado, crianças ou funcionários não devem ir à escola se:
Rachel Stucchi, infectologista da Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp, recomenda um isolamento de 14 dias para os casos acima.
Ela acrescenta que, por mais que seja importante fazer o teste de Covid-19, os cuidados devem ser mantidos independentemente do resultado.
“Mesmo que seja negativo, é adequado manter o isolamento por duas semanas, porque é possível que, no dia do exame, o paciente estivesse na janela da infecção”, afirma.
O pico da carga viral ocorre depois do terceiro dia de sintomas - antes disso, há risco maior de falso negativo.
Só é possível isolar os contatos próximos e evitar novas contaminações se houver uma comunicação franca e direta entre a escola e os familiares dos alunos (veja vídeo abaixo).
A criança visitou alguém que descobriu depois estar doente? O professor apresenta sintomas respiratórios? O pai de um aluno está com Covid? Tudo deve ser comunicado imediatamente à comunidade escolar.
O G1 recebeu relatos de casos em que crianças assintomáticas, que testaram positivo para a Covid, estavam indo às aulas da mesma maneira.
“De fato, as orientações têm sido muito burladas”, conta Stucchi.
Daniel Lahr, professor do Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo (USP), reforça a importância da transparência.
“Precisa acontecer uma conversa franca. O problema é que a escola não tem como fiscalizar ou impedir que alguém com familiar sintomático vá à aula. Ela não tem esse poder de mando”, diz Daniel Lahr, professor do Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo (USP).
Ou seja: a proteção de todos dependerá da colaboração de alunos, familiares e funcionários do colégio.