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Depois de visitarem uma casa abandonada, o cantor Leonardo, 57, e o filho, Zé Felipe, 23, que moram em Goiânia, foram diagnosticados com sarna. Segundo a dermatologista Bruna Fanton, a principal diferença entre a sarna humana e a que provoca a coceira em animais é que são causadas por tipos diferentes de ácaro.
“É um ácaro específico, que só é transmitido de gente para gente, mas não é impossível um cachorro passar sarna para um humano”, afirma a especialista.
Ela destaca que o ácaro causador da escabiose, nome clínico para a sarna humana, fica na superfície de roupas, pessoas, colchões e sofás, por exemplo, e que para que ocorra a contaminação, é necessário um contato prolongado com a superfície onde o ácaro está.
Por este motivo, segundo explica a dermatologista, é muito raro que uma pessoa contraia o ácaro em uma viagem de metrô, por exemplo. “Quando tenho pacientes com esse diagnóstico, sempre pergunto se a pessoa está dormindo com alguém que tem alguma lesão de pele, se está usando um sofá que comprou de alguém, porque é muito difícil pegar sarna se sentar em uma cadeira por 20 minutos”, explica.
De acordo com a especialista, a coceira é provocada porque o ácaro anda está sob a pele, além de o organismo desencadear uma reação alérgica ao corpo estranho. É por isso, também, que se não tratada corretamente, a sarna afeta a qualidade de vida da pessoa contaminada.
“Os pacientes se coçam muito, o que acaba fazendo feridas que infeccionam. A pessoa não consegue dormir porque a coceira é mais intensa à noite, porque o ácaro é mais ativo durante a noite e, além disso, nossos níveis de cortisol estão mais baixos à noite, o que contribui para a coceira ficar mais intensa”, explica.
O tratamento para a escabiose pode ser tanto por medicação via oral quanto por meios tópicos, quando o medicamento é aplicado sobre a pele. Segundo a médica, depende do quadro de cada paciente. Ela ressalta que, após o diagnóstico, é necessário que pessoas que tiveram contato com o infectado também passem por uma avaliação médica.
“A sarna fica se perpetuando se não tratar todas as pessoas contaminadas. Quando ocorre o diagnóstico, é preciso convocar todos os que têm contato próximo com a pessoa, examinar e tratar também. Porque não adianta tratar uma pessoa, se os outros integrantes da casa continuam contaminados”, explica.
Ainda é necessário fazer a higiene dos objetos usados pelo paciente. “A pessoa não precisa se isolar, mas é necessário pegar todos os itens que ela usa, como roupa, lençol e toalha e lavar com água e sabão mesmo”, afirma a dermatologista.