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Brasil

Quem fechou apoio a Bolsonaro e Lula no segundo turno da eleição presidencial

Publicada em 06/10/2022 às 08:16h - 12 visualizações GAZETA DO POVO

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Quem fechou apoio a Bolsonaro e Lula no segundo turno da eleição presidencial

Os dias seguintes ao primeiro turno da eleição presidencial, que terminou com diferença de cinco pontos percentuais entre Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL), têm sido marcados por reuniões entre lideranças políticas e partidárias para a definição de eventuais apoios aos dois candidatos.

 

Até o momento, Bolsonaro tem se saído melhor entre os governadores eleitos neste primeiro turno, que gozam de apoio majoritário em seus estados. Sete candidatos a Executivos estaduais que saíram vitoriosos das urnas no último domingo (2) declararam apoio ao atual presidente.

 

Nesta terça-feira (4), governadores dos três maiores colégios eleitorais do país anunciaram apoio a Bolsonaro – Cláudio Castro (PL), reeleito governador do Rio de Janeiro; Romeu Zema (MG), reeleito para o governo de Minas Gerais; e Rodrigo Garcia (PSDB).

 

O tucano, sucessor de João Doria, não foi reeleito em São Paulo; Bolsonaro, entretanto, é aliado de Tarcísio de Freitas, que ficou à frente do adversário Fernando Haddad (PT) no primeiro turno. A expectativa é que Bolsonaro receba o governador reeleito de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), nesta quinta (6) para formalização do apoio.

 

 

Já Lula recebeu declaração de apoio de cinco governadores. O petista, entretanto, tem investido na costura de alianças com os candidatos à Presidência da República que saíram derrotados na votação. O PDT, de Ciro Gomes, formalizou apoio à candidatura de Lula no segundo turno nesta terça, com a condição de o petista incorporar quatro propostas ao seu plano de governo.

 

 

Ciro divulgou vídeo em seguida ao anúncio do PDT informando que acompanharia a decisão do partido. No entanto, o presidenciável – que durante a campanha fez duras críticas a Lula e ao Partido dos Trabalhadores, em especial devido aos escândalos de corrupção em que o petista e integrante da sigla estiveram envolvidos – sequer mencionou o nome de Lula no anúncio e não deve participar da campanha petista. “Não aceitaremos imposições ou cabrestos de quem quer que seja”, disse Ciro, emendando que não aceitaria nenhum cargo em eventual futuro governo e que iria fiscalizar e denunciar qualquer desvio do governo que assumir a partir de 2023.

 

No entanto, no dia seguinte, Lula minimizou as críticas e disse que Ciro "vale muito mais do que os votos que teve", e que o pedetista é "muito diferente fora do palco de luta".

Simone Tebet (MDB), que somou 4,2% de votos, declarou apoio a Lula na quarta (5), conforme adiantado pelo senador Marcelo Castro, tesoureiro nacional do MDB. O partido liberou seus filiados no estado a apoiarem quem quiser, o que abriu caminho para a manifestação da ex-candidata.

 

Em agosto, Tebet acusou o PT de tentar sabotar sua candidatura ao Planalto. “De forma antidemocrática quis o Partido dos Trabalhadores puxar o tapete da nossa candidatura. Eu sei, um dia a história saberá. Nós vamos contar essa história”, disse a candidata na época. Durante a campanha, entretanto, o alvo principal da emedebista foi Bolsonaro, e no último debate antes do primeiro turno, ela foi a única participante a não tecer críticas a Lula.

 

Na oficialização do apoio, Simone Tebet reiterou as críticas feitas ao ex-presidente ao longo da campanha, em especial nos últimos dias quando ele "cometeu o erro de chamar para si o voto útil, o que é legítimo, mas sem apresentar suas propostas para os reais problemas do Brasil". "Depositarei nele o meu voto, porque reconheço seu compromisso com a Democracia e a Constituição, o que desconheço no atual presidente", afirmou.

 

O apoio de Ciro e Simone é visto com bons olhos pela campanha de Lula, uma vez que juntos os dois somaram 8,5 milhões de votos, ou 7,2% da preferência do eleitorado do país.

Entre os demais candidatos à Presidência, Soraya Thronicke (União Brasil) disse à Rádio Gaúcha nesta terça que não apoiará nenhum dos candidatos no segundo turno. Felipe D’Avila deve seguir o mesmo caminho – ainda no domingo (2), o candidato do Novo disse que se manteria neutro na disputa.

 

Já Padre Kelmon Luís (PTB) apoiará Bolsonaro. Em vídeo divulgado nesta terça, ele convocou os brasileiros a comparecerem nas urnas, reforçou bandeiras conservadoras e fez críticas a Lula.

 

Disputa nos estados

Entre os 15 governadores eleitos neste domingo, apenas um ainda não declararam apoio a nenhum dos candidatos: Wanderley Barbosa (Republicanos), reeleito em Tocantins. Entre os demais, os sete que declararam apoio a Bolsonaro são Cláudio Castro (RJ); Ratinho Jr. (PR); Mauro Mendes (MT); Ibaneis Rocha (DF); Gladson Cameli (AC); Antônio Denarium (RR); e Romeu Zema (MG).

Já Ronaldo Caiado, governador reeleito de Goiás, confirmou que apoiará o presidente na campanha pela reeleição em uma reunião virtual realizada nesta quarta (5) com cerca de 230 prefeitos goianos e outros aliados, informou o portal g1. O o governador já foi aliado de Bolsonaro, mas os dois divergiram devido às políticas de saúde pública durante a pandemia.

 

Em seu pronunciamento ao lado do presidente na manhã desta terça, Zema afirmou que a decisão veio por conta da situação econômica que herdou de Fernando Pimentel (PT) quando assumiu a gestão do estado mineiro em 2018, que ele classificou como uma “tragédia”.

 

Lula, por outro lado, conta com declaração de apoio de governadores exclusivamente das regiões Norte e Nordeste. São eles: Elmano de Freitas (CE); Fátima Bezerra (RN); Rafael Fonteles (PI); Carlos Brandão (MA); Clécio (AP); e Helder Barbalho (PA).

 

Nesta quarta, Clécio (SD), eleito pelo Amapá, declarou apoio a Lula. O mesmo fez o atual governador do estado, Waldez Góes (PDT), que anunciou seu apoio ao petista.

Entre os candidatos a governos estaduais que foram ao segundo turno correndo por fora da polarização nacional, sem apoiar ou receber apoio de Lula ou Bolsonaro, somente o atual governador de São Paulo, Rodrigo Garcia, se manifestou. Em pronunciamento nesta tarde, ele declarou “apoio incondicional” à candidatura de Bolsonaro, assim como decidiu apoiar também seu ex-adversário na corrida eleitoral ao governo paulista Tarcísio de Freitas na disputa contra Haddad no segundo turno.

 

Já Eduardo Leite (PSDB) ainda avalia se declarará apoio a algum dos presidenciáveis. No segundo turno ele concorre com Onyx Lorenzoni (PL), ex-ministro do atual governo federal, cuja candidatura conta com o apoio de Bolsonaro, o que deve dificultar eventual apoio ao atual presidente.

 

Em situação parecida se encontra ACM Neto (União Brasil), que disputará o segundo turno contra Jerônimo Rodrigues, do PT. Apesar de ser crítico de Bolsonaro, o candidato ao governo baiano dificilmente declarará apoio a Lula.

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