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As rodovias federais que cortam o Espírito Santo começaram a ser desbloqueadas pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) após determinação do ministro Alexandre de Moraes. A decisão do magistrado foi confirmada pela maioria do Supremo Tribunal Federal (STF) nos primeiros minutos desta terça-feira (1º). Desde segunda-feira (31), após a vitória de Lula (PT) no domingo (30), caminhoneiros bolsonaristas bloqueiam vias em todo o país.
A decisão de Alexandre de Moraes determina que a PRF e polícias militares dos estados tomem ações imediatas para desobstrução de vias. Em caso de descumprimento da ordem, está previsto o eventual afastamento do cargo do diretor da instituição federal, Silvinei Vasques, e a aplicação de uma multa de R$ 100 mil por hora.
O primeiro ato começou às 9h30, no km 414 da BR 101, no trevo de Itapemirim, Sul do Estado. No local, manifestantes faziam apenas panfletagens, porém, no fim da tarde, iniciaram o bloqueio do tráfego, deixando passar apenas ônibus, ambulâncias e carros. Cerca de 70 manifestantes participam do ato.
Já durante à tarde, houve o fechamento da BR 101 no km 401, também no município. Não há informações sobre se ela foi liberada ou não. Às 19h50, um terceiro trecho foi fechado na cidade, desta vez no km 408, e seguia totalmente interditada pelo menos até a madrugada desta terça-feira, liberando apenas passagem de carros, ônibus e ambulâncias.
Por volta das 14h desta segunda-feira (31), a PRF informou que um novo ato de caminhoneiros se iniciou na BR 101. Desta vez, no km 247, na Serra, próximo ao Posto 5 Estrelas, contando com cerca de 20 manifestantes. De acordo com a corporação, a via ainda está totalmente interditada, mas os veículos de pequeno porte, de emergência e ônibus estão sendo autorizados para transitar.
Por volta das 17h, outro protesto foi registrado na Serra, no km 264 da BR 101. Segundo a PRF, aproximadamente 40 manifestantes estão no local. Apenas veículos pequenos e de emergência têm autorização para transitar na área.
Ainda por volta das 14h, a PRF informou que uma nova manifestação de caminhoneiros ocorre no km 95 da BR 262, em Domingos Martins, no trevo para quem segue para Afonso Cláudio. A via foi liberada após às 18h40.
Mais tarde, às 19h, um outro protesto foi registrado na cidade, no km 38 da BR 262. O Corpo de Bombeiros informou que a pista também está totalmente interditada, e a PRF está no local. Carros estão sendo liberados para passarem.
Por volta das 15h, uma manifestação foi registrada no km 160 da BR 262, em Ibatiba, com a presença de 60 manifestantes. Segundo a PRF, a via está interditada somente para veículos de grande porte, sendo liberados carros e motos.
Uma manifestação de caminhoneiros se iniciou no km 65 da BR 101, em São Mateus, a partir das 17h. No entanto, após negociação entre a PRF e os protestantes, a pista foi liberada. O Corpo de Bombeiros está realizando a limpeza da via.
Já às 23h desta segunda-feira, um ato foi iniciado no km 58, também no município, com cerca de 40 caminhoneiros. Carros, ambulâncias e ônibus estão sendo liberados.
Aproximadamente 70 manifestantes realizaram um protesto no km 305 da BR 101, em Viana. Uma equipe da PRF esteve no local e, segundo a corporação, somente os veículos de porte pequeno, ônibus e emergência puderam passar pelo trecho da rodovia. O ato começou às 15h50 desta segunda-feira e foi encerrado às 5h50 desta terça.
Outro protesto foi registrado no km 174 da BR-101, em Aracruz, por volta das 17h. Até, pelo menos, às 3h desta terça-feira, a via permanecia totalmente interditada por cerca de 30 manifestantes.
Colatina
O único trecho da BR 259 com interdição é no km 60, em Colatina, Noroeste do Estado. Um ato foi iniciado às 18h, com liberação apenas para passagem de carros, ônibus e ambulâncias.
A partir das 19h, manifestantes interditaram o km 372 da BR 101, em Iconha, região Sul do Estado. A pista está totalmente interditada. Ônibus, carros e ambulâncias são liberados. Por volta das 5h50, o trecho foi liberado.
Há ainda uma interdição no km 150 da BR 101 em Linhares, na região Norte. A pista está totalmente interditada pelos manifestantes. Equipe da PRF no local.
Na altura do km 103 da BR 262, em Venda Nova do Imigrante, região Sul do Estado, também há uma concentração de manifestantes. Pista totalmente interditada.
A Polícia Rodoviária Federal (PRF), instituição permanente de Estado, sempre trabalhou com o compromisso constitucional de garantir a mobilidade eficiente, a preservação da ordem pública, a segurança viária e o combate ao crime nas rodovias federais brasileiras. Desde de domingo (31/10), quando surgiram as primeiras interdições, a PRF adotou todas providências para o retorno da normalidade do fluxo, direcionando equipes para os locais e iniciando o processo de negociação para liberação das rodovias priorizando o diálogo, para garantir, além do trânsito livre e seguro, o direito de manifestação dos cidadãos, como aconteceu em outros protestos.
É importante destacar que a PRF já acionou a Advocacia Geral da União (AGU) em todos os Estados onde foram identificados pontos de bloqueio, para obter interdito proibitório na Justiça Federal, objetivando, liminarmente, a expedição de mandado judicial como forma de garantir pacificamente a manutenção da fluidez nas rodovias federais brasileiras.
Por fim, a PRF encontra-se em todos os locais identificados com efetivo mobilizado nos pontos de bloqueio e permanece trabalhando pelo fluxo livre nas rodovias federais, viabilizando-se o escoamento da produção, assim como o direito de ir e vir dos cidadãos, além de seguir monitorando de perto os locais com alta probabilidade de interdição.
Procurada pela reportagem, a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes e Logística (CNTTL) se mostrou contrária ao ato dos caminhoneiros e disse que "respeita o resultado soberano das urnas".
"A CNTTL (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes e Logística) defende, acima de tudo, a democracia, ou seja, RESPEITA O RESULTADO SOBERANO DAS URNAS.
"Vivenciamos uma ação antidemocrática de alguns segmentos que não representam a categoria dos caminhoneiros autônomos de não aceitação do resultado das urnas. Precisamos respeitar o que o povo decidiu nas urnas: a vitória de Luís Inácio Lula da Silva. Esse projeto que está foi derrotado ontem”, enfatiza o diretor da CNTTL, o caminhoneiro autônomo de Ijuí-RS, Carlos Alberto Litti Dahmer.
O diretor da Confederação reforça que a pauta da categoria dos caminhoneiros não é política, mas econômica.
“Os 800 mil caminhoneiros autônomos e celetistas da nossa base da CNTTL continuarão a luta pela volta da aposentadoria aos 25 anos de trabalho, pela consolidação Piso Mínimo de Frete, pela criação de pontos de parada e descanso, pela redução do preço do combustível e pela defesa da Petrobras. Essa luta é permanente”, frisa Litti"