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Imagem parece ser de um drone UJ-22 fabricado na Ucrânia — Foto: ANTON GERASHCHENKO/via BBC
O governador de Moscou, Andrei Vorobyov, disse nesta terça-feira (28) que um drone caiu nos arredores da capital russa — no que seria uma tentativa de atingir a infraestrutura civil local.
Horas antes, o Ministério da Defesa havia dito que derrubara dois drones ucranianos no sul da Rússia.
O drone caiu perto do vilarejo de Gubastovo, a cerca de 100 km de Moscou, onde a empresa de energia russa Gazprom possui uma fábrica.
A Gazprom disse à agência de notícias estatal russa RIA Novosti que suas operações no distrito de Kolomna não foram interrompidas.
O alvo do drone em Kolomna "provavelmente era uma instalação de infraestrutura civil, que não foi danificada", postou Vorobyov no aplicativo Telegram.
"Não há vítimas ou danos no local. O FSB (serviço de segurança russo) e outras autoridades competentes estão investigando."
Imagens compartilhadas pela imprensa e autoridades russas mostram um drone danificado em um campo coberto de neve em uma floresta. A região da fábrica da Gazprom é cercada por florestas.
O drone parece ser um UJ-22 Airborne, produto da fabricante ucraniana Ukrjet.
A Ukrjet diz que o veículo tem um alcance de 800 km — o suficiente para ser operado a partir da Ucrânia e chegar até o distrito russo de Kolomna, onde fica a Gazprom.
Uma pesquisa pela imagem em arquivos na internet não revelou fotos iguais, o que sugere que a foto é recente.
O assessor do ministro de Assuntos Internos da Ucrânia, Anton Gerashchenko, tuitou uma foto do drone.
"Ele [o drone] está a mais de 500 quilômetros da fronteira russa com a Ucrânia. Por isso Putin deve ficar com muito medo de se mostrar em público, já que os drones podem alcançar grandes distâncias", escreveu ele no post.
Moscou acusou Kiev de estar por trás dos ataques à infraestrutura militar russa durante a guerra, mas a Ucrânia não confirma a informação.
Um ataque de drone ucraniano a uma base aérea de bombardeiros no sul da Rússia em dezembro deixou três mortos, disse Moscou.
Os militares ucranianos não admitiram oficialmente o ataque, mas o porta-voz da Força Aérea, Yuriy Ihnat, disse que as explosões foram consequência da presença na Ucrânia.
Em agosto, uma série de explosões atingiu uma base militar na Crimeia — o que foi considerada uma expansão significativa do conflito da Ucrânia para a Crimeia, que foi anexada pela Rússia em 2014. A Ucrânia assumiu a responsabilidade por esse ataque.
O presidente Vladimir Putin pediu à agência de inteligência FSB na terça-feira para intensificar sua atividade contra o que ele chama de espionagem e sabotagem da Ucrânia e do Ocidente.
"Precisamos fortalecer nossa contra-espionagem em geral, porque os serviços especiais ocidentais têm sido tradicionalmente muito ativos em relação à Rússia", disse ele.
"E agora eles colocaram mais pessoas e recursos técnicos contra nós. Precisamos responder à altura."
O Ministério da Defesa da Rússia disse que seus caças estavam envolvidos em um exercício de treinamento no espaço aéreo ocidental do país na terça-feira, horas depois que o espaço aéreo sobre São Petersburgo foi fechado devido a relatos de um objeto não identificado.