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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou nesta segunda-feira (19) a construção de casas de 15 metros quadrados para pessoas de baixa renda. Para o presidente, a iniciativa contribui para a "degradação do ser humano".
Lula fez a crítica após a repercussão de um programa habitacional lançado pela prefeitura de Campinas (SP), que prevê a construção de moradias populares com essa metragem (veja mais detalhes abaixo).
"É importante a gente lembrar que precisamos discutir as palafitas, é preciso discutir o processo de degradação que mora o ser humano. Aquela história do prefeito [de Campinas] de fazer uma casa de 15 metros quadrados. Se essa moda pega, daqui a pouco estaremos construindo poleiros para que o povo possa morar. É o absurdo do absurdo do absurdo", disse.
Poleiros são varas de madeira colocadas horizontalmente para que aves possam descansar. Geralmente, são instalados em locais pequenos, como gaiolas.
Lula também falou que a política de preservação ambiental não pode deixar de lado o bem estar da população.
As declarações foram dadas na segunda edição do "Conversa com o Presidente", entrevista ao vivo transmitida pelas redes sociais do presidente e da Empresa Brasil de Comunicação (EBC).
Na conversa, Lula ainda comentou sobre os planos do governo, preservação do meio ambiente, e da viagem que fará à Europa nesta semana.
Imagem da entrada da casa de 15m² que está sendo construída em Campinas, com vista para dois cômodos — Foto: Reprodução/Instagram
O programa da prefeitura de Campinas tem sido alvo de polêmica. Na atual configuração, as casas, que ainda não estão prontas, têm dois cômodos (veja foto acima).
Logo na entrada, à direita, fica um cômodo menor, onde deve ser instalado o banheiro. Ao lado, há um cômodo maior, com uma janela. Segundo a prefeitura, o terreno tem 90 m² de área total.
Especialistas apontam que os imóveis não se adequam ao conceito de moradia digna recomendado pela Organização das Nações Unidas (ONU). Já o vice-prefeito de Campinas, Wanderley de Almeida, classificou a crítica à inciativa como "lamentável".
"Claro que a ideia seria ir para uma casa acabada. Mas lá tem família em moradia improvisada, são barracos, sem saneamento básico, com ação de reintegração de posse, e um prazo da Justiça para sair de lá", declarou.