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IPCA: Energia elétrica residencial teve um aumento de 4,59% em agosto e impacto de 0,18 p.p. no índice geral. — Foto: ADRIANA TOFFETTI/A7 PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
IPCA: Energia elétrica residencial teve um aumento de 4,59% em agosto e impacto de 0,18 p.p. no índice geral. — Foto: ADRIANA TOFFETTI/A7 PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), indicador considerado a inflação oficial do país, subiu 0,23% em agosto, segundo dados divulgados nesta terça-feira (12) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O indicador voltou a acelerar em relação ao mês anterior, puxado desta vez por um aumento da energia elétrica residencial (4,59% no mês). Em junho, o IPCA fechou com alta de 0,12%. Já em agosto de 2022, o país havia registrado deflação de 0,36%, na esteira da desoneração de combustíveis.
Com isso, o país passa a ter uma inflação acumulada de 4,61% na janela de 12 meses. No ano, acumula alta de 3,23%.
Mesmo em trajetória de alta, o índice de preços veio levemente abaixo das projeções do mercado financeiro. A mediana das estimativas coletadas pelo Valor Data apontava alta de 0,29% no mês.
O IBGE mostra que houve alta em seis dos nove grupos que compõem o IPCA. O maior ganho vem do grupo Habitação (1,11%), que abriga o subitem de energia elétrica residencial. As contas de luz tiveram alta de 4,59% e impacto de 0,18 ponto percentual no índice geral.
O aumento das contas de luz tem relação com o fim da incorporação do bônus de Itaipu, um saldo positivo na conta de comercialização de energia elétrica de Itaipu em 2022. A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) havia anunciado R$ 405,4 milhões em bônus para o mês de julho.
Na ocasião, o grupo de Habitação havia registrado queda de 1,01% no mês, porque o bônus foi incorporado nas contas de luz de julho. Agora, ele sai da conta em agosto.
Por outro lado, o grupo de Alimentação e bebidas continua em queda, e registra deflação de 0,85% em agosto. É o terceiro mês consecutivo de quedas no grupo, puxados sempre pelos preços da alimentação no domicílio (-1,26% no mês).
Veja o resultado dos grupos do IPCA:
Alimentação e bebidas: -0,85%;
Habitação: 1,11%;
Artigos de residência: -0,04%;
Vestuário: 0,54%;
Transportes: 0,34%;
Saúde e cuidados pessoais: 0,58%;
Despesas pessoais: 0,38%;
Educação: 0,69%;
Comunicação: -0,09%.
Conta de luz puxa preços monitorados
De acordo com André Almeida, gerente de IPCA do IBGE, os produtos monitorados tornaram-se o destaque dos resultados de inflação nos últimos meses. São itens cujos preços são definidos pelo setor público ou por contratos.
Na janela de 12 meses, essa cesta de produtos acumula alta de 7,69%, acima do índice geral de inflação. No mês, houve aceleração de 0,46% em julho para 1,26% em agosto.
Em agosto, a energia elétrica carrega o aumento dos preços monitorados. Em agosto, todas as áreas de abrangência do IBGE mostram alta nas contas de luz. O maior ajuste veio de Vitória, com alta de 9,64%. Em seguida, Belém (8,84%) e Goiânia (7,05%) fazem o pódio de maiores aumentos.
Mas a cesta também foi influenciada neste mês pelo diesel. O combustível teve alta de 8,54% no mês, após mais um reajuste de preços por parte da Petrobras nas refinarias. Desde o dia 16, o litro do diesel subiu R$ 0,78 na venda para distribuidoras, que desemboca no preço da bomba.
A gasolina também teve uma alta de R$ 0,41 na ocasião, mas o aumento no IPCA foi menor, de 1,24%. Ainda assim, vem da gasolina o maior impulso do IPCA no ano. A alta no combustível foi de 13,02% em 2023, com participação total de 0,60 p.p. no índice geral.
Alimentação e bebidas seguem caindo
Alimentação no domicílio enfrenta desaceleração desde abril, mas o destaque são as três deflações seguidas nos últimos meses.
As principais quedas constatadas pelo IBGE foram da batata-inglesa (-12,92%), do feijão-carioca (-8,27%), do tomate (-7,91%), do leite longa vida (-3,35%), do frango em pedaços (-2,57%) e das carnes (-1,90%). O item de maior alta foi o limão, com alta de 51,11%, produto que enfrenta redução de oferta.
De acordo com André Almeida, do IBGE, a queda nos preços alimentícios tem sido influenciada por maior oferta dos produtos no mercado.
INPC tem alta de 0,20% em agosto
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) — que é usado como referência para reajustes do salário mínimo, pois calcula a inflação para famílias com renda mais baixa — teve alta de 0,20% em agosto. Em julho, houve queda foi de 0,09%.
Assim, o INPC acumula alta de 2,80% no ano e de 4,06% nos últimos 12 meses. Em agosto de 2022, a taxa foi de -0,31%.
"Os produtos alimentícios apresentaram variação de -0,91% em agosto, após queda de 0,59% em julho. Nos produtos não alimentícios, foi registrada alta de 0,56%, acima do resultado de 0,07% observado em julho", destaca o IBGE.