O líder norte-coreano Kim Jong-un desembarcou na Rússia na manhã desta terça-feira (12).
O ditador irá se encontrar com o presidente russo Vladimir Putin "nos próximos dias", segundo a agência de notícias estatal Interfax.
A reunião entre os dois líderes não tem data nem local divulgados publicamente.
Putin está na cidade de Vladivostok, no sul do país para a realização de um evento com lideranças locais.
A cidade foi utilizada em 2019 para o encontro entre Kim Jong-un e Putin, logo após o colapso nas negociações de desarmamento nuclear da Coreia do Norte com o então presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que chegou a se reunir com Kim.
A viagem de Kim para Rússia — Foto: g1
Líder norte-coreano, Kim Jong-un, desembarca em estação ferroviária na Rússia em 12 de setembro de 2023 — Foto: Reprodução/RIA NOVOSTI
Por que os dois vão se encontrar
A expectativa é que Putin use a reunião para tentar obter armamentos para usar na guerra na Ucrânia, segundo fontes do governo norte-americano ouvidas pela agência de notícias Associated Press.
A Coreia do Norte detém um arsenal de armas desenvolvido de acordo com os padrões soviéticos que poderiam ser utilizados no conflito.
Em troca, Kim poderia obter auxílios para seus setores de energia e alimentação, além de tecnologia para desenvolvimento de armamentos mais avançados, como mísseis balísticos intercontinentais.
Segundo a Coreia do Sul, o ditador norte-coreano está levando consigo Jo Chun Ryong, encarregado de políticas de munições, Pak Thae Song, presidente do comitê de ciência e tecnologia espacial da Coreia do Norte e Kim Myong Sik, almirante da Marinha responsável pelo planejamento de submarinos com capacidade nuclear.
Especialistas acreditam que a Coreia do Norte teria dificuldade em adquirir tais avanços tecnológicos sem ajuda externa, embora não esteja claro se a Rússia partilharia suas tecnologias.
Imagem de arquivo mostra encontro entre Kim Jong Un e Vladimir Putin em abril de 2019 na cidade de Vladivostok, na Rússia — Foto: Yuri Kadobnov/Pool Photo via AP/Arquivo
Jon Finer, o vice-conselheiro-chefe de segurança nacional do presidente dos EUA disse a repórteres que essa "pode ser a melhor e a única opção" para Moscou manter o esforço na guerra.
“Temos sérias preocupações sobre a possibilidade de a Coreia do Norte vender armas aos militares russos", disse ele.